Eu sei que arrisco cometer um exagero mas não me furto ao risco: faleceu o português mais valente, em toda a nossa história, na luta pela liberdade.
Emídio Guerreiro esteve, enquanto viveu a sua vida longa de cento e cinco anos, em praticamente todas as batalhas para que Portugal fosse um país livre e a Europa liberta das pestes totalitárias. Por isso, é ele, não outros, a grande figura do Século XX português. Metam-lhe quem quiserem ao lado, os resultados serão sempre imitações.
Bateu-se contra o fascismo português, esteve em Espanha a lutar contra o nacional-catolicismo franquista, em França fez a resistência à ocupação nazi, foi comunista até perceber que a causa pela liberdade não podia servir para a matar, continuou sempre a lutar pela ideia de um Portugal livre, liderou o PPD para que Vasco Gonçalves enlouquecesse sozinho sem arrastar o País para o manicómio da Utopia e só descansou no seu direito a uma velhice tranquila quando percebeu que a liberdade em Portugal era um bem consagrado.
Olhando para trás, para a História, para a nossa História, medindo Emídio Guerreiro face aos nossos outros heróis, só encontro aproximações. E uma ou outra imitação.
Hoje, é a História de Portugal que tem o direito a usar tarja negra.
De
Werewolf a 1 de Julho de 2005 às 08:30
Só para acrescentar um ponto, neste teu post discordo simplesmente de um ponto, quando afirmas que Emídio Guerreiro só "descansou quando viu que a liberdade em Portugal era um dado adquirido", e discordo porque Emídio Guerreiro nunca achou que quer em Portugal, quer em qualquer parte do mundo, a liberdade é um dado adquirido, por isso a liberdade tem de ser alimentada com mais liberdade e só com mais liberdade podemos garantir que ela permanece.
Emídio Guerreiro não se cansou nunca de semear liberdade, até na morte a semeou, lá no seu castelo na velha Guimarães natal.
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