O meu amigo
Manuel Correia, um caso de sucesso da imaginação na política, lembrou-se de ir buscar o caso Zenha como argumento favorável à candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República.
Vale a pena ler o seu post, lúcido e discutível. E pensar neste seu raciocínio:
É claro que Alegre não é Zenha e que, indo a votos Jerónimo e Louçã, cada um arrecadará às claras o que Zenha e Pintassilgo indiferenciaram com seus resultados nos idos de 86. Porém o «Efeito Zenha» vale mais pela estratégia ganhadora das esquerdas (se necessário
malgré elles) do que pelas tonalidades do vermelho. É das raras circunstâncias em que a divisão das esquerdas, revelando ao mesmo tempo o modo como se estruturam, pode fazer a sua força.
Adicionalmente, o
Manuel Correia, na caixa de comentários deste post, completou (alargou) o seu raciocínio que acho merecer a atenção devida (tanto mais que é profético-polémica):
Quando Aníbal começar a falar em público, as sondagens apontarão, semana a semana, perdas sensíveis para ele. Sem parcimónia, vai ser difícil ser de outro modo. Virá Portas tentar dar às direitas o que as esquerdas já têm qb? Se o «Efeito Zenha» merecer a atenção que tu mui fraternalmente já lhe deste, então sim. As direitas, que tb sabem ler nas entranhas dos animais, (passe o exagero) reclamarão o seu «Zenha» de direita. Porém, se a direita portuguesa não perdeu o oportunismo desalmado que já Marcello Caetano denunciava, tudo correrá pelo melhor. À direita não há espaço para «Zenhas». Quando muito, haverá um carreiro, estreito e subordinado, para «Basílios». Mas isso, bom, tb já se viu.