
Uma das afrontas que o governo Sócrates prepara, ao serviço da direita e conluiado com o grande capital nacional e internacional, sacrificando regalias adquiridas ao objectivo reaccionário do equilíbrio do défice orçamental, é a retirada do
subsídio de embarque aos nossos bravos marinheiros e bravas marinheiras. Uma indignidade.
Os homens e mulheres que se aboletaram na Marinha de Guerra (desde sempre, um ramo onde o recrutamento só se fez por voluntariado) tornaram-se militares com os pés bem assentes no chão. Que conste, nenhum marinheiro nem marinheira meteu a papelada nem foi sujeito a selecção com os pés dentro de água ou à vela. Se depois de entrarem na Marinha, querem que os marinheiros e as marinheiras entrem para dentro de um barco (ou até sofrerem o horror de os encafuarem num submarino) e andem por aí sujeitos às marés, às correntes, às tempestades, aos enjoos e sempre a verem as mesmas caras, é lógico e justo que, quando embarcados, os contribuintes lhes paguem, por tal feito e tamanho sacrifício, um subsídio de embarque.
Des-subsidiar o embarque dos marinheiros é um insulto que está mesmo a merecer resposta à Potemkin.