Quinta-feira, 30 de Junho de 2005
É só para dizer à
Helena que também eu não me esqueci da conversa prometida (da conversa e dos comes e bebes lá para o Outono). E que, logo que ela cumpra o que prometeu, receberá uma colecção de t-shirts vindas directamente da
Festa do Unsere Zeit recentemente realizada em Dortmund e onde a classe operária portuguesa esteve
devidamente representada.
Quem? Um meu homónimo. Leiam só as seguintes pérolas como exemplos:
esta mais
esta.
Versão bilingue das estâncias 8 e 9 do Canto V de Os Lusíadas que o cónego A. da Costa Gomes traduziu para o crioulo de Santo Antão, em Maio de 1898:
Depôs que nô passa quês lá de Canára
Qotrora ês tá dá nome de Furtnáde,
Nô ntrá tá navegá lá pa quês aga
Daquês la de Cabe-Vérd tam sabe,
Quês têrra onde mute maravia nove
Nosse navi de guêrra jandá toiá:
Lá nô ribá cum vintim favoróve
Pa nô tmésse na quês têrra mantmete.
Nôs antrá na pôrte dum da quês [ilha]
Que tmá nóme daquêll guerrente Sam Thiágue,
Sânte q ajdá mute naçom spanhól
Fazê naquês gente môr mute strágue.
Dêi, qande soprá um ventin de Nôrte,
Nô torná tma nosscamim socégáde
Na mêi daquêll már, e assim nô bá dxánde
Quêll terra, onde nô ocha refrésque sabe.
Passadas tendo já as Canárias ilhas,
Que tiveram por nome Fortunadas,
Entrámos, navegando, pelas filhas
Do velho Hespério, Hespéridas chamadas;
Terras por onde novas maravilhas
Andaram vendo já nossas armadas.
Ali tomámos porto com bom vento,
Por tomarmos da terra mantimento.
Àquela ilha apartámos que tomou
O nome do guerreiro Santiago,
Santo que os Espanhóis tanto ajudou
A fazerem nos Mouros bravo estrago.
Daqui, tanto que Bóreas nos ventou,
Tornámos a cortar o imenso lago
Do salgado Oceano, e assim deixámos
A terra onde o refresco doce achámos.
(Copiado daqui)
O melhor e mais importante contributo que os trabalhadores e o povo português podem dar, neste momento, para abrir novas perspectivas para uma outra Europa de cooperação entre Estados iguais por isso, soberanos , de progresso, de paz e solidariedade é a sua cada vez maior mobilização para a participação na luta contra a política de direita (mais uma vez) realizada pelo PS e pelo seu Governo, derrotando-a e reforçando as forças que, interpretando os anseios dos trabalhadores portugueses, têm uma prática e um projecto políticos que efectivamente dão resposta aos problemas do País, assegurando o seu real desenvolvimento e progresso, o PCP e a CDU.Disse:
Pedro Guerreiro
Fiquei sem um dos meus blogues preferidos, daqueles que me faziam boa companhia e com quem muito aprendi. Fica a estima porque essa não se vai com a mesma facilidade com que se apaga a luz do bloganço.
Até à próxima,
Walter Rodrigues. Tenho um dedo a segredar-me que, um dia destes, vai
renascer por aí.
Adenda: Eu não dizia? Pelo visto e lido, a desistência durou o tempo de arder um fósforo. Eles prometeu voltar "com outra linha editorial". Estaremos atentos. Para já, regressou o link.
Quarta-feira, 29 de Junho de 2005
Anda três quartos deste mundo a cascar no Carrilho. Por isto e mais aquilo, Manuel Maria está a ser um bombo de festa. Provavelmente, assim o espero, porque se admite que ele vai ganhar e hoje está na moda cultivar a distância para com os putativos vencedores (este país virou-se para o culto pelos funerais dos vencidos na política e daí não arreda pé).
Mesmo o comedido e sereno
Lutz invoca razões de
ordem estética (que ele nos comentários explicou que lhe advêm do espalhafato do candidato) para exprimir a sua repugnância pela campanha do Manuel Maria (*).
Com o
Lutz não me meto e muito menos com ele volto a polemizar desde que ele revelou que mede de altura mais meio metro que eu (ou seja, ao pé dele, sou um insignificante anão). E não há nada como a devida consideração pelas proporções. Quando muito, apelo-lhe. Que vai ser o caso: estimado
Lutz nem o facto de a Maria de Belém ser a candidata à presidência da Assembleia Municipal na lista de Carrilho o reconcilia com a
estética do PS à CML? Se nem isso o comove nem o concilia, desculpe que lhe pergunte, do que estava à espera e quais os seus designíos? Mas tenha calma na resposta e, por favor, não abuse da altura
(*)
Fica por saber qual a reacção estética do Lutz ao anafado Ruben com o ar permanente de quem está sempre a acabar de almoçar, à cara lavrada do Carmona a condizer com o santanismo vira-casaca, ao ar enfastiado de bolacha-de-água-e-sal da Srª Nogueira Pinto e as ameaças de um futuro vegetariano para a humanidade que se traduzem na figurinha de vírgula da Ana Drago!
Eu sei que arrisco cometer um exagero mas não me furto ao risco: faleceu o português mais valente, em toda a nossa história, na luta pela liberdade.
Emídio Guerreiro esteve, enquanto viveu a sua vida longa de cento e cinco anos, em praticamente todas as batalhas para que Portugal fosse um país livre e a Europa liberta das pestes totalitárias. Por isso, é ele, não outros, a grande figura do Século XX português. Metam-lhe quem quiserem ao lado, os resultados serão sempre imitações.
Bateu-se contra o fascismo português, esteve em Espanha a lutar contra o nacional-catolicismo franquista, em França fez a resistência à ocupação nazi, foi comunista até perceber que a causa pela liberdade não podia servir para a matar, continuou sempre a lutar pela ideia de um Portugal livre, liderou o PPD para que Vasco Gonçalves enlouquecesse sozinho sem arrastar o País para o manicómio da Utopia e só descansou no seu direito a uma velhice tranquila quando percebeu que a liberdade em Portugal era um bem consagrado.
Olhando para trás, para a História, para a nossa História, medindo Emídio Guerreiro face aos nossos outros heróis, só encontro aproximações. E uma ou outra imitação.
Hoje, é a História de Portugal que tem o direito a usar tarja negra.
«Não haverá uma efectiva mudança à caótica situação em que se encontra o sector energético sem uma paragem imediata de todos os processos de privatização das empresas, sem o reassumir pelo Estado, em plenitude, do papel de produtor e autoridade nas diversas esferas de actividade do sector e sem uma reorganização empresarial das diversas fileiras energéticas».Disse:
Jerónimo de Sousa
Estas senhoras são manifestantes que, em Washington e frente à Embaixada de Espanha, dizem não às corridas de touros. Muito bem, há quem goste e quem não goste da
fiesta. O que as senhoras não dizem, e disso ficamos sem o saber, é do que gostam assim como não explicam porque se vestem assim.
Que dizer a Don Manuel, agora que se vai, no ponto mais baixo da sua carreira política (foi ministro de Franco desde 1951)? Sim, que dizer na despedida de um político, que acusava as sondagens que prediziam a sua derrota de tão pouco credíveis como a fidelidade conjugal das mulheres e que assim comentou uma crítica de um opositor (o líder dos nacionalistas galegos):
Que se vá ao carajo?