
Pelo que se leu e ouviu, meia centena de nazistóides organizaram uma provocação em Lisboa a pretexto da saudade do Hess. A provocação resultou na medida em que a polícia interveio para dispersar o ajuntamento, assim lhe dando foral de acontecimento e, na boleia, uma oportunidade para difusão de descargas propagandísticas típicas da seita.
Não concordo com a
Guida quando ela aventa o pedido de apoio aos herdeiros do Sitting Bull para que a pele das carecas dos nazistóides sejam curtidas para servirem de tampas de tambores. E explico o meu ponto de vista. Entre a direita que nos aviava a liberdade em duas penadas a troco do regresso ao mando único, este grupúsculo nazistóide é, em meu entender, aquele que menos nos deve tirar o sono. Estes são os que ladram. E isso é um bom sinal, porque pelo ladrar conhece-se o cão. O problema maior, julgo, é a parte melífula dos rancores contra a vida democrática, aqueles que vão juntando os pingos do desconsolo até sentirem chegada a hora de arrotearem os quiosques da liberdade e do poder de escolha e sentarem o rabo de um Messias em cima das nossas cabeças. Porque cão que não ladra é o que mais morde. E quanto a isso, se penso bem, os males do rosnar, infelizmente, estão à direita e à esquerda.
Por aqui me fico, dando de barato, hoje, que um careca nazistóide pró-Hess seja mais repelente que um saudosista equipado com t-shirt com a efígie do Pai do Gulag (dos que fazem as tais figuras grotescas em que nos ficamos pela vontade de rir sem passar à indignação). É que a desproporção entre eles, a haver, poderá ser uma questão de estética mas não em número de vítimas afrontadas.