
Um Cais quer-se de chegada e de partida. Sobretudo quando é portão de uma Ilha. Porque a água é um limite que se quer romper. Quem se quer sujeitar a sentir as escamas a crescerem-lhe no pensamento? Uma dose forte de salmoura chega e até dá para as sobras nas mínguas do resto do ano.
Um Cais sabe bem e deseja-se de vontade forte. Para abrigar e depois conseguir sair-lhe dos braços a ameaçarem tornarem-se tenazes de fuga ao mundo. Estamos feitos se desconseguimos fugir ao feitiço da Ilha. É por isso que um Cais sabe sempre bem.
Imagem: Ilha da Armona, Ria Formosa, Agosto 2005