
Gosto de Igrejas quando vazias. Se o cheiro a cera queimada não for muito intenso.
Gosto-lhes da paz, do fresco, do espaço amplo, da arrumação e limpeza e do silêncio. Se beatas não rondarem.
Gosto de admirar a arquitectura das Igrejas e parar-me a descobrir-lhes os pormenores, enfeites e inspirações. Se os sinos não tocarem.
Não gosto, nas Igrejas, o desconforto da dureza penitente dos assentos e não haver mesas ergonomicamente concebidas para se ler um livro ou escrevê-lo.
Não gosto, nas Igrejas, da memória do homem que, em miúdo, vi ser espancado pela GNR por não ter ajoelhado à passagem de uma procissão.
Não gosto, nas Igrejas, a falta de humildade e decoro de os católicos nunca terem pedido perdão por terem alimentado, vivendo-lhe à pala no domínio como religião oficial, décadas de fascismo à portuguesa, abençoando-lhe as suas ignomínias, continuando hoje, serena e cinicamente, apregoarem a supremacia do bem e da virtude.
Acredito que a igreja ao longo dos tempos fez o seu papel, muitas situações fundamental. Tanto para o mal como para o bem. Mas, penso que o pior da igreja, são os que há sua sombra ganham poder e o usam para expressarem invejas e mesquinhes. E esses sempre sobrevêm seja onde e como for.
De
mfc a 2 de Outubro de 2005 às 15:33
Gosto das igrejas para apreciar o que têm de belo... quanto ao resto estamos conversados!
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