

Iejov foi um dos Comissários do Povo mais sádicos entre os que serviram Estaline. O seu antecessor à frente do NKVD (percursor do KGB) foi o Comissário Iagoda. Como Iagoda matava muito mas pouco segundo a sede de Estaline, este mandou fuzilar Iagoda e substituiu-o por Iejov. Agora sim, havia um Comissário a matar que se fartava, tanto que salpicava de sangue o Politburo. E, sobretudo, Iejov adorava assassinar comunistas e seus familiares. Embora matando sempre às ordens de Estaline, deve ter assustado prever quando é que Iejov ia parar nas suas matanças. Então, Estaline achou que era altura de fuzilar Iejov e substitui-lo por Beria. Este novo Comissário também se fartou de matar até que, morto Estaline, lhe calhou a vez de ser fuzilado, agora por ordem de Krustchev.
Uma das especialidades de Iejov, além das torturas e fuzilamentos, era retocar as fotografias com as personagens que tinham participado na Revolução de Outubro. Um qualquer companheiro de Lenine caía em desgraça e, zás, Iejov ia aos arquivos fotográficos e apagava-os da cena. Trotski, por exemplo, tinha sido um dos que tinha dado mais nas vistas nos eventos revolucionários e, foto aqui, foto ali, lá estava ele ao lado do líder. Apagar Trotski das fotos revolucionárias foi uma das maiores canseiras de Iejov mas a tarefa foi levada a bom termo. E a evolução dos textos ia acompanhando a mudança das imagens como a reescrita da história do PCUS em que os antigos dirigentes assassinados ou mal vistos iam desaparecendo dos acontecimentos em que tinham participado com destaque.
Fuzilado Iejov, foi a vez de lhe ser aplicada a técnica do desaparecimento do registo histórico em imagem e nos textos. Se era preciso garantir que Iejov nunca tinha existido, havia que usar a técnica de Iejov ao desaparecido Iejov (muito menos, lembrá-lo ao lado de Estaline). Um caso concreto de feitiço aplicado ao feiticeiro. Compare as imagens do cimo aquele que falta na segunda versão é Iejov.
Imagens retiradas daqui onde se encontram mais exemplos da técnica de Iejov.